Deputado é afastado depois de escândalo envolvendo uma construção feudal
Como se já não bastasse toda a desigualdade de cabo a rabo no país, eis que ainda podemos nos surpreender com certos casos alarmantes e boçais de abuso de dinheiro, e principalmente, de respeito público.
Na última quinta feira, dia cinco de fevereiro, o partido DEM solicitou o pedido de afastamento do deputado Edmar Moreira (DEM-MG), por denúncias de sonegação das declarações de bens. Até ai, diga-se de passagem, está tudo bem dentro dos padrões. Ora! Estamos no Brasil, onde políticos normalmente votam leis, como em todos os outros países, vivem de terno, como em todo o mundo, mas aqui também é comum que algum deles – modestamente falando, roubem um pouco, ou como queiram, soneguem, apropriem-se de bens públicos para o bem privado.
O fato que torna tudo isso mais alarmante que o de costume – não há mais alarmes para os de costume, é que o bom deputado Edmar Moreira extrapolou um pouco.
Existe na cidade de São João do Nepomuceno um castelo avaliado em mais de R 30 milhões e este mesmo se encontra sobre o bom e generoso nome da família do deputado do DEM, que, digamos agora sinceramente, teria grandes problemas se fosse um ladrão. Oras! Explicar como pôde levantar os alicerces de todas aquelas grandes paredes e construir uma propriedade destas numa área tão mal desenvolvida economicamente como o sul de Minas Gerais – onde ele tem uma empresa a qual lhe concedeu diversos processos por falta de pagamento aos funcionários - não será tarefa muito fácil. Ainda mais com o fato de que nesta residência – digamos assim, poupando ironias, ele só passa algumas de suas férias.
Mas lembramos que excelentíssimo Sr. Edmar Moreira não é um ladrão. Ele é apenas mais um daqueles políticos que tem sorte de viverem na época certa e no lugar certo – em certas horas acho que seria confortante ver algum deputado nos noticiários, de vez em quando, correndo de uma grande multidão com tochas e muita vontade de justiça como nos velhos tempos da inquisição.
Além do que, “Edmares Moreiras” e “Robertos Jeffersons” não são o tipo que roubam para seu sustento, o que torna alguém ladrão no Brasil hoje.
Por fim, desejo toda a sorte do mundo ao povo brasileiro, o que me inclui, certamente. Para que megalomaníacos e outras espécies assim, sejam, um dia, extintos de um órgão que tinha que simplesmente, funcionar.
Eu ainda acredito em você, Brasil.
_______
Marcel Scognamiglio é estudante de Jornalismo (Noturno)
1 comentários:
Ótima proposta!
Postar um comentário